sexta-feira, 8 de outubro de 2010

ANÁLISE DO PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DO CONCEITO DE BELEZA NO BRASIL

Ao longo de seu processo evolutivo, a civilização cada vez mais, busca o aperfeiçoamento. Dessa forma o homem vem transformando e crescendo em todos os campos, seja, econômico, político, religioso, estrutural, cientifico e comportamental , o que se resume em alterações de todas as formas. Nesse contexto, a beleza tambem passou por distintos momentos, ocasionando divergências de conceitos referente a definição do “ser belo”.

Etimologicamente a palavra beleza se origina do latim vulgar bellitia, pelo provençal belleza ou pelo italiano bellezza, que tem como significado a combinação de qualidades que impressionam agradavelmente a visão ou outros sentidos.

A psicóloga Elci Marilia dos Santos Girardi ressalta em seu artigo Ética e Estética – Quando o belo pode se tornar imoral que “Kant, na obra A Crítica do Juízo(1790) trata do problema de como os julgamentos estéticos podem ser subjetivos e ao mesmo tempo pretender alcançar alguma espécie de concordância com os julgamentos alheios”. Portanto a beleza se torna algo inalcançavel e insaciável ,sempre como o ideal como o imaginário, não comprendendo que a satisfação deve partir do interior para o exterior, a inquietação ou a satisfação do individuo é algo relativo, é impossivel precisar o que é ser belo.

Em relação ao Brasil, considerado hoje o país de mulheres e homens com corpos perfeitos, e está entre os paises de maior ascensão ao cuidado a estética corporal, podemos remeter que o estereótipo que temos como modelo hoje foge da realidade do período de “surgimento” do Brasil. No sec XVI o Brasil era uma colônia de Portugal, permitindo assim o firmamento do ideal de beleza europeu no Brasil, que tinha como modelo o volume, o avantajado, mulheres mais “fartas”, sendo isso resquícios do pensamento da igreja, que no intuito da procriação, define que a mulher com mais curvas tinha uma probabilidade maior para engravidar. Permanecendo essa ideologia em todo o período de colonização até a sociedade patriarcal.

À luz de um novo tempo marcado por um processo profundo de rupturas e construções, a segunda metade do século XVIII configurou-se como um período de renascimento nas áreas do conhecimento, na estruturação social, econômica, política e cultural, o qual se estendeu por todo o século XIX. O palco desses acontecimentos que impactaram diretamente sobre o mundo todo foi a Europa, mais precisamente a França e a Inglaterra, espaços onde desencadearam os fatos da dupla revolução: a Francesa e a Industrial.

Esses episódios representaram a conformação de um momento histórico caracterizado não apenas pelas transformações industriais más pelo despertar da consciência política das massas populares e principalmente na perspectiva feminista que foi o período de eclosão, o “grito feminino”, alterando mais uma vez o conceito de beleza partindo do ideal materno, para a mulher operária, a mulher que trabalha, surgindo assim uma nova questão a competição entre homem x mulher e mulher x mulher, o que tornou mais agressivo a busca pelo belo.

Todo esse percurso histórico deixa bastante clara a ênfase que vem sendo dada, cada vez mais, às práticas de culto ao corpo, bem como às técnicas de aperfeiçoamento da imagem corporal. As interferências, transformações e todos os métodos de disciplinização do corpo, acompanhados da moralização da beleza, buscam esse caráter de permanência do belo corporal.1

O capitalismo eclodindo na sociedade brasileira, ocorrendo uma facilidade no mercado consumidor, apelando cada vez mais através dos veiculos de comunicação no ideal de perfeição.De acordo com Novaes e Vilhena,



“A moralização do corpo feminino, como aponta Baudrillard em seu livro A sociedade de consumo, nos leva a encarar a ditadura da beleza, da magreza e da saúde como se fosse algo da ordem de uma escolha pessoal. Deixam-se de lado todos os mecanismos de regulação social presentes em nossa sociedade, que transformam o corpo, cada vez mais, em uma prisão ou em um inimigo a ser constantemente domado.”2

Observe que ao longo do tempo, a visão eurocêntrica prevalece. Permanecendo até hoje, porém o corpo brasileiro é diferente do europeu, tanto o feminino como o masculino, provenientes de miscigenação, resultando em aspectos distintos. Todavia, as inovações cientificas foram e serão capazes de superar essas “imperfeições corporais” com objetivo de chegar a uma perfeição. Por isso é necessario ressaltar até que preço pagaremos pela busca da perfeição e se isso realmente for uma consequencia capitalista, o que fazer para o não existencialismo acera do estereótipo e sim a elevação de outros valores que deixaram de existir ao longo desse processo.
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS




GIRARDI.Elci Marilia dos Santos.Ética e Estética – Quando o belo pode se tornar imoral;<>

Novaes. Joana V.,Vilhena . Junia de,. Dormindo com o inimigo. Mulher, feiúra e a busca do corpo perfeito.<< http://www.comciencia.br/comciencia/?section=8&edicao=15&id= >>14407/09/2010 às 21:36